Lucía Laín

A memória
dos rios

Este livro interativo e sonoro propõe-nos uma viagem no tempo. O fio condutor é o curso do rio Minho, um rio nobre, sereno, melancólico, soberbo, internacional... Durante os mais de 300 km que percorre até à sua foz, vozes de ontem e de hoje encontram-se no reflexo das suas águas.

Um ciclo natural em constante circulação. É assim a vida de um rio. Os enormes quartzitos do Pedregal de Irimia guardam os seus primeiros batimentos cardíacos. A água da nascente, a chuva e os afluentes definem a sua trajetória. Três províncias galegas pela frente e uma fronteira internacional. O Minho é assim, numas partes humilde e silencioso; noutras, selvagem e ruidoso. Continuar a ler

O Minho abraça o oeste da cidade de Lugo deixando-se cair até ao sul. Fazemos uma paragem no caminho para contemplar a paisagem a partir do alto da muralha. Uma ponte romana atravessa o rio. Aos nossos pés, parece que sentimos o murmúrio de outros tempos. É o legado da Hispânia Romana. O borbulhar constante das águas termais acentua a sensação.Continuar a ler

Arribas

Clube Fluvial

Lugo, 1950ca

AHPLU

À passagem pela Ribeira Sacra, as luzes e as sombras tornam-se mais intensas. O desnível das encostas revela-nos vistas de sonho. A quietude, acompanhada pelo canto dos pássaros, faz deste lugar um local sagrado onde a arquitetura românica persiste e a modernização rege-se pela orografia da paisagem. Continuar a ler

Miguel Muñiz

Vindimador

2012

Cortesia do autor

O Sil chega calmo e solene para morrer em Os Peares. No total, 234 km sustentam-no. Vem de terras de Leão e, antes de se fundir com o Minho, atravessou um desfiladeiro espetacular. Nas palavras de Unamuno, parece ser a entrada para o coração da Galiza. Juntos, Minho e Sil, daí em diante apenas Minho, iniciam a sua nova viagem em direção à cidade de Ourense. Continuar a ler

Marquês de Santa María del Villar

Pescadores no río Minho

Os Peares, 1915

Museo Arxeológico de Ourense

As pontes que atravessam o rio Minho, na cidade de Ourense, são testemunhas da passagem do tempo. Ponte Velha é a primeira a receber o viajante. Depois virão Ponte Nova e mais duas até chegar, no alvorecer do século XXI, à Ponte do Milénio. No entanto, a névoa matinal parece eterna. Continuar a ler

Nicolás Muller

As Burgas: lavagem da roupa em águas termais

Ourense, 1947-1958

Archivo Regional de la Comunidad de Madrid
Fondo Nicolás Muller

Seguindo o curso do rio, entramos na região de Ribeiro. A beleza estende-se, por igual, em ambas as margens. Detemo-nos em Ribadavia, capital da região, que nos introduz, como num conto de fadas, nas etapas da história. Cidade de cruzamento de culturas e antessala de uma terra de vinhas, de termas e de paz. Continuar a ler

Foto Chao

Ribadavia, 1920-1930

Museo Etnolóxico de Ribadavia

Cerca de 76 km de convivência transfronteiriça definem o último troço do rio. Séculos e quilómetros de cultura raiana e de amizade. Referimo-nos ao rio Minho ou ao Miño, consoante o ponto de vista, a fronteira natural entre a Galiza e Portugal. Propomos-lhe uma viagem no tempo pelas páginas deste álbum dinâmico, onde a poesia e a fotografia são as nossas principais aliadas. Continuar a ler

Conde de Lemos

Rio Minho. Fortificações

1580

AGS. Estado, Legajos, 00161, 79

O testemunho dos habitantes das duas margens permite-nos mergulhar nas suas memórias. As fotografias que trazem consigo dormem em gavetas ou nalguma divisão dos seus lares. São memórias de tempos de pesca, de tradição e de romaria. Memórias tecidas coletivamente. Continuar a ler

Escultura de Zadok Ben David [2020]

Vila Nova de Cerveira, 2023

Uma vista panorâmica do alto do Monte Santa Tegra ilustra o final da nossa narrativa. Passou um século desde que a imagem foi captada. O rio avança pelo estuário para encontrar descanso no Atlântico. Ao longe, vislumbra-se uma praia aberta ao mar. Continuar a ler

A foz do Minho a partir
do monte de Santa Tegra

A Guarda. Pontevedra, c. 1925

Col. Roisin/IEFC