É em Os Peares onde se dá o encontro. Assim que se passa a ponte ferroviária, surge o afluente mais importante do Minho, o rio Sil. A confluência é quase equalitária, contribuindo o Sil com 7.983 km2 de bacia hidrográfica, cerca de 47% do total da bacia do Minho. A este lugar chegou a exploradora Catherine Gasquoine com o seu marido, Walter M. Gallichan.
Corria o ano de 1902. Uma noite de chuva intensa aguardava-os; procuram abrigo após dias intensos de pesca. O som da água ouvia-se tão perto que dava a sensação que iria passar-lhes por cima. Catherine necessitou de vários dias para perder o medo das cheias do Minho.
Em Os Peares, o morre o Sil e, o Minho converte-se num rio largo que flui plácido e sossegado, com socalcos cobertos de vinhas que com as primeiras chuvas outonais se tigem de laranja intenso e púrpura com franjas rosa-alaranjado, castanho e carmesim e outras de um roxo lindo, que se obscurece até ao púrpura.
AUBREY F. G. BELL
(Correspondente do Morning Post)
Spanish Galicia, 1922
Não retenho na memória nada dessa viagem, mas lembro-me, como se fosse ontem, da nossa chegada a Os Peares. Era quase meia-noite. Estava a noite mais sombria das que tínhamos visto na Galiza. Sabem, aquela escuridão que ensombra toda a paisagem, mas que deixa, aqui e ali, manchas mais claras de cinzento que assumem formas fantasmagóricas. No telheiro da estação não havia luz, a não ser um candeeiro a petróleo que o chefe da estação trazia consigo.
(…) A estação situa-se logo acima do rio, e é neste local que o Minho encontra o majestoso Sil, e também o pequeno rio Búbal. O murmúrio da água estava tão próximo que dava a impressão da afluência súbita da maré. Tive a sensação de que a água nos ia passar por cima. Só passados muitos dias é que perdi o pavor da cheia deste rio que inspira medo.
GASQUOINE HARTLEY, CATHERINE Spain Revisited: A summer holiday in Galicia,1911
Vista geral da ponte de ferro do caminho de ferro sobre o rio Minho
Os Peares, 1967
Museo Etnolóxico de Ribadavia
Vistas atuais
Os Peares, 2023
